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Em carta, Arruda lembra mensalão e saída de Collor aos “amigos do GDF”

12 de fevereiro de 2010 Deixe um comentário

Após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decretar sua prisão preventiva por tentativa de suborno, o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) escreveu uma carta, de próprio punho, endereçada aos “amigos do GDF” (Governo do Distrito Federal).

Segundo a assessoria de Arruda, o documento é destinado aos servidores e aos amigos pessoais do governador.


Veja íntegra da carta de Arruda enviada aos integrantes do GDF

Lula vê falência nos poderes locais

12 de fevereiro de 2010 Deixe um comentário

Lula vê falência nos poderes locais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), mostra a “falência” do Executivo e do Legislativo local. Lula considerou “lamentável”, por exemplo, o fato de a Câmara Legislativa do DF, controlada por aliados de Arruda, não ter sido capaz de investigar as denúncias de corrupção. Além disso, deu a entender que o governador errou políticamente na condução do caso.

Em conversa com auxiliares, Lula determinou que haja colaboração na reestruturação do GDF. Cobrou empenho nesse trabalho. Também ressaltou que a questão da intervenção federal — pedida pela Procuradoria-Geral da República — não consta da pauta do Palácio do Planalto, já que ainda será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula deixou claro que, com base na situação atual, o Distrito Federal tem governador — no caso, o vice Paulo Octávio (DEM).

O presidente lamentou que a crise política ocorra às vésperas do aniversário de 50 anos de Brasília, o que tem um efeito “simbólico” muito ruim. Lembrou ainda que sempre teve uma relação leal e de parceria com Arruda. Ele recomendou aos auxiliares que não “tripudiem o escândalo alheio”, mesmo que o protagonista seja um ex-integrante de partido de oposição. Para reforçar a ordem, disse que, quando do escândalo do mensalão, sempre condenou o julgamento precipitado, sem provas ou o amplo direito à defesa.

O presidente leu na internet, no início da tarde, que o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves decidira a favor do pedido de prisão do governador e de mais quatros pessoas. Antes de a posição ser referendada pela Corte Especial do STJ, Lula ligou para o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e para o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. Recomendou a ambos que não houvesse espetáculo no cumprimento da decisão judicial.

“Se tiver que ser feita alguma coisa, que seja com muito cuidado e com muito respeito”, disse Lula, segundo o relato de um dos seus auxiliares mais próximos. “O presidente ficou abatido. Não ficou feliz. Disse que a prisão não é boa nem para o país nem para a consciência política”, acrescentou o auxiliar. A declaração repercutiu mal. Ao Correio, um dos ministros mais influentes do governo reclamou do fato de as palavras do presidente terem sido interpretadas como uma defesa indireta da impunidade. Ou de tratamento privilegiado a governantes. “O presidente não está defendendo o Arruda, só não queria que a situação chegasse a esse ponto. Ele acha lamentável que um governador eleito pelo povo troque o mandato pela prisão”, afirmou.

Congresso
A prisão do governador repercutiu no Congresso. Caciques do DEM, antigo partido de Arruda, fizeram questão de tentar desvincular a legenda dos últimos desdobramentos do escândalo. Em tom unânime, defenderam que o partido não pode ser penalizado pelos atos do governador licenciado. Na tentativa de isolar os efeitos colaterais da prisão preventiva de Arruda, o DEM decidiu determinar que todos os membros da legenda deixem o Governo do DF. Há quem, inclusive, defenda o afastamento do vice-governador Paulo Octávio.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), membro da Executiva Nacional, defendeu a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Decisão judicial não se discute, se cumpre. Nós fizemos a nossa parte. O Democratas não pode ser acusado de omissão”, ressaltou.

Outros parlamentares do DEM foram mais críticos. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) chamou o governador de “bandido” e aproveitou a prisão de seu ex-companheiro de sigla para atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É impressionante como o Lula gosta de passar a mão na cabeça de bandido. Ninguém pode nos acusar de transformar mensaleiros em heróis”, afirmou.

Caiado também atacou Paulo Octávio. Em seu Twitter, o deputado publicou: “Não apoio o Paulo Octávio para assumir o governo. Não me cobrem solidariedade com corrupção”. Líder do Psol, senador José Nery (PA) disse que, como governador, Arruda não tinha honrado o voto de confiança que Brasília lhe deu. Já a senadora Marina Silva (PV-AC) fez críticas à Câmara Legislativa. Ela disse que faltou ao Legislativo local a distância necessária para julgar o caso com isenção.

Do PMDB, o senador Pedro Simon (RS) considerou a decisão do STJ “acertada”. Ele disse ainda que espera que o STF rejeite o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Arruda. “Pela primeira vez, se o STF não atrapalhar, vamos ver um político preso.” O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse sentir-se aliviado com a prisão do governador. “A decisão do STJ lava a alma da população brasileira.”

Destaque nos jornais estrangeiros
» O escândalo do DF também foi destaque no noticiário internacional. A agência de notícias Reuters informou: “A Corte brasileira ordena prisão de governador envolvido em escândalo”. O jornal argentino Clarín também mencionou a prisão do governador. “Escândalo no Brasil: determinam prisão de governador de Brasília por corrupção”

Fonte: correiobraziliense

CPI que investiga suposto esquema de corrupção no Distrito Federal é anulada

22 de janeiro de 2010 Deixe um comentário
Brasília - Os deputados distritais Batista das  Cooperativas e Alirio Neto durante a segunda  reunião da CPI da  Codeplan, que investigaria um suposto esquema de corrupção no  Distrito  Federal e foi anulada nesta tarde Brasília – Os deputados distritais Batista das Cooperativas e Alirio Neto durante a segunda reunião da CPI da Codeplan, que investigaria um suposto esquema de corrupção no Distrito Federal e foi anulada nesta tarde

Agência Brasil

Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o suposto esquema de corrupção no Distrito Federal, Alírio Neto (PPS), anulou hoje (21) a comissão, intitulada CPI da Codeplan. A reviravolta foi provocada por uma interpretação dos deputados governistas a respeito da liminar de ontem (20) que afastou oito deputados e dois suplentes, suspeitos de participarem do esquema, da análise dos processos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido).

Além de determinar o afastamento dos deputados, o juiz Vinícius Silva, da 7 ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, declarou nulo “todo ato deliberativo já praticado pela Casa, no qual houve a interferência direta e cômputo do voto dos deputados ora afastados”. Segundo Alírio, os distritais afastados assinaram os atos para indicação dos membros da CPI e também de autoconvocação da Casa.

Dos cinco membros da comissão, quatro foram a favor de encerrar a CPI – todos integrantes da base de apoio a Arruda. “Não serei eu que não cumprirei a decisão judicial. O Judiciário não quer que essa Casa se manifeste sobre tudo isso que está acontecendo. É uma ingerência descabida do Judiciário no Legislativo, que fere o Estado democrático de Direito”, afirmou Batista das Cooperativas (PRP), vice-presidente da CPI.

Apenas o deputado Paulo Tadeu (PT), único membro da oposição no colegiado, foi contra o fim da comissão. O petista argumentou que o juiz declarou nulidade somente dos atos relacionados aos processos de impeachment, o que não englobaria a comissão. “Nem o juiz nem o Ministério Público determinaram o cancelamento da CPI. Não tenho dúvidas”, afirmou.

Com o fim da CPI, o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, à comissão, marcado para o próximo dia 26, não deverá acontecer. Durval foi quem denunciou à Polícia Federal o suposto esquema de corrupção e gravou os vídeos em que entrega dinheiro a vários dos distritais citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora.

A deputada Eliana Pedrosa (DEM), ex-secretária de Cidadania de Arruda, e Raimundo Ribeiro (PSDB), ex-secretário do governo e atual corregedor da Câmara, também fazem parte da CPI.